Cirurgia Moral - João Nunes Mais / Lancelin
PREFÁCIO
Esta obra é um pequeno concerto na música da tua mente.
Cirurgia Moral – é um apoio vertido dos planos superiores em favor de todos nós que procuramos a autoeducação espiritual através de conceitos que nos ajudem a viver em qualquer estado em que nos encontremos.
Cirurgia Moral – é um apoio vertido dos planos superiores em favor de todos nós que procuramos a autoeducação espiritual através de conceitos que nos ajudem a viver em qualquer estado em que nos encontremos.
Afeiçoamo-nos ao livro nobre por ser ele um celeiro de luz capaz de ajudar as almas no grande empenho de iluminar o nosso caminho.
O livro é uma porta para o país da compreensão e a vontade é a chave. Toda a civilização se assenta no livro, que guarda com carinho as mais variadas experiências urdidas pelo progresso.
Se sempre falamos que a natureza é o grande livro de Deus, na verdade te dizemos que os pergaminhos do mundo são ensaios constantes para refletir neles as mesmas leis naturais do Criador.
O livro é uma porta para o país da compreensão e a vontade é a chave. Toda a civilização se assenta no livro, que guarda com carinho as mais variadas experiências urdidas pelo progresso.
Se sempre falamos que a natureza é o grande livro de Deus, na verdade te dizemos que os pergaminhos do mundo são ensaios constantes para refletir neles as mesmas leis naturais do Criador.
Saudemos o livro, principalmente aquele cunhado no Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo, representando a bandeira de luz com que os ventos dos céus indicam os caminhos certos para os desbravadores, na descoberta de novas terras no universo do coração.
A conjunção das nossas ideias obedece aos nossos sentimentos. Estes, aprimorados, nos levam à grandiosidade da harmonia interna, fator indispensável para a paz da consciência.
A conjunção das nossas ideias obedece aos nossos sentimentos. Estes, aprimorados, nos levam à grandiosidade da harmonia interna, fator indispensável para a paz da consciência.
Lê com interesse e examina com atenção todas estas páginas grafadas pelo nosso companheiro em Cristo, Lancellin, que escreve usando a inteligência – como demonstram as letras, que se enfileiram em plena harmonia de assuntos – sem esquecer a força dos sentimentos enriquecidos nos valores espirituais, onde Jesus é o Sol que nos aquece a todos.
Todos os que nos empenhamos na difusão dos conceitos iluminados do Mestre firmamos compromissos com a espiritualidade maior. Em tudo o que escrevemos está presente a atmosfera cristã, perfumando e orientando todas as nossas atitudes. E essa é, na verdade, a nossa maior alegria, a alegria de andar de mãos dadas com o Cristo, como nos esforçar em todos os momentos para que Ele acorde dentro de nós e repita as mesmas palavras que dizia aos Seus discípulos: A Paz seja convosco!
Este livro pode, a princípio, não te fazer bem. Se este for o caso, não esmoreças, pois não há imposição alguma nestes conceitos. É um convite afetuoso ao teu coração. É uma obra cheia de sugestões espirituais, para que mudes de vida, mudando os pensamentos, na ordem e na sequencia do Amor.
Não sejas violento contigo mesmo. A brandura é norma do homem inteligente e à persistência no Bem é aquisição do companheiro milenar nas hostes da harmonia universal.
O irmão que está lendo esta obra desconhece a engenhosidade que se processou para a sua escrita. As transmissões espirituais têm uma variedade semelhante à da existência das coisas da própria natureza. Somos muitos que nos reunimos neste ideal de escrever, usando os canais mediúnicos em louvor de tudo o que falou o nosso Divino Preceptor de todos os tempos: Jesus.
Falanges e mais falanges de espíritos do Senhor estão cuidando de toda a seara da Terra, levando o Evangelho, sob variadas formas, às criaturas, para que ninguém diga que não o conheceu.
Cientifica-te de que a verdade bate à tua porta. Abre, meu filho, o
coração, e deixa a luz invadir o teu mundo interno e brilha também com ela.
Estamos próximos a provações indizíveis, impostas aos corações, para que eles se abram ao Bem. O amor nasce nos contrastes da natureza. A experiência nos demonstra que as claridades aparecem das fricções dos corpos.
Também das lutas entre as ideias do Bem e do Mal surge a compreensão.
Cirurgia Moral mostrar-te-á uma luta mais elevada, ajudando-te a expulsar os pensamentos negativos e as ideias inferiores, que são teus maiores inimigos no grande campo de batalha que é a tua mente. Se resistires até o fim neste ideal de melhorares a ti mesmo, receberás o prêmio da vitória, por teres vencido a ti mesmo e conquistado a tranquilidade da consciência.
Salve Deus e Jesus, e salve o leitor que compreendeu este pequeno
esforço do nosso irmão em Jesus, Lancellin!
Miramez
Página recebida pelo médium João Nunes Maia
Belo Horizonte, 10 de fevereiro de 1983.
PRECE PARA TI MESMO
Deus!... Sou eu que Te falo! Eu me proponho a ler este livro, já sabendo que ele trata de assuntos altamente incômodos à minha personalidade. Pelo sumário e pelo título, nota-se o quanto temos de nos esforçar como médicos de nós mesmos, fazendo diariamente a nossa cirurgia mental, de modo que ela restabeleça o equilíbrio espiritual em nosso coração, juntamente com os sentimentos.
Conheço as minhas falhas, sei que os meus pés têm pisado em terreno que não é próprio aos pés de um verdadeiro discípulo de Jesus. No entanto, estou disposto a mudar de direção, para fazer a Tua vontade e não a minha, em todos os objetivos de servir que começam a nascer em meu íntimo.
Quero confiar em Teu amor... Ajuda-me!
Quero sentir a Tua presença na minha vida... Ajuda-me!
Quero facilitar o livre trânsito do amor no meu mundo interno... Ajuda-me!
Divino Senhor! Não deixes que eu ocupe o tempo precioso vendo os defeitos alheios. Não permitas que a minha boca sirva de escândalos para alimentar a vingança, o orgulho e a vaidade. Livra-me do ambiente de discórdia e de maledicência.
Deus de eterna bondade! O Teu amor conforta-me o coração! Eu Te
peço que me ajudes a melhorar, porque somente Tu sabes das minhas enfermidades morais. Estou disposto a operar-me no mesmo hospital em que vivo diariamente, onde o maior enfermo sou eu. Mas quero que me ajudes em tal disposição, para fechar os olhos aos erros de quem anda comigo no mesmo caminho, para ver com clareza o que tenho de pior, para que o bisturi da boa vontade trabalhe em mim sem o impedimento da vaidade e do amor próprio.
Ajuda-me a ajudar!
Senhor, eu Te peço para me lembrares, ao ler páginas de autoeducação, do que tem de ser corrigido em meus caminhos, agradecendo aos outros pelos exemplos que me ofertam no silêncio da própria vida.
Lembra-me, meu Deus, para que eu não imponha as minhas ideias nos corações dos que me cercam e vivem comigo.
Lembra-me, Senhor, para que eu adquira a obediência e a autoeducação.
E quando eu tiver cultivado alguma virtude, não critique quem ainda não teve tal oportunidade.
Sei que o amor não ofende, não maltrata, não enxovalha, não fere e não exige. Porém, na hora em que o bem-estar invade o meu coração, pela Tua misericórdia, eu faço tudo isso, pelo prazer de diminuir o próximo, exaltando-me naquilo que não possuo. Quero Te pedir para me ajudar a combater o egoísmo que veste, dentro de mim, variadas roupas, disfarçando-se em modalidades diversas para que eu me engane a mim mesmo, deixando imperar o orgulho.
Ajuda-me, Senhor, a ajudar a mim mesmo, na escala em que
permaneço, sem ofender os outros e sem diminuir a quem quer que seja.
Abençoa-me, e a todos, mostrando-me o que devo fazer, sem desculpas, dentro de mim mesmo.
AUTO ANÁLISE
Caro leitor, vamos trabalhar juntos, para juntos festejarmos a nossa vitória.
A nossa luta é a maior de todas as batalhas, é aquela em que não
precisamos sair fora de nós mesmos, é a guerra interna do corpo a corpo, de pensamento a pensamento, de vontade a vontade. É de dever moral que façamos um exame profundo na nossa conduta, pesquisa essa que vai nos trazer muita felicidade, muita paz. No entanto, a princípio, vai parecer difícil.
Alguma vez já pensaste na tua conduta, no que tange ao teu dever ante a sociedade? Já procuraste observar o que falas durante o dia e o que fazes no decorrer deste tempo? A observação de nós mesmos é trabalho importante, na importância da Vida.
Muitos dizem: “os meus pensamentos vêm à minha cabeça sem que eu os crie” e, por vezes, têm razão. Não obstante, a cabeça é tua e é teu dever cuidar da lavoura que te pertence por direito celestial. Os instintos inferiores são animais que devem ser domesticados, usando-se todos os meios possíveis e dignos. Não uses a violência; ela, até no bem, pode te causar danos, se a ponderação não estiver presente no teu modo de ser.
Gostas de falar o que te vem à mente? Sabemos que isto pode parecer um prazer, mas é um prazer momentâneo, que pode nos trazer distúrbios de difícil reparação.
Vê o que pensas e analisa o que falas, para que não entres em
dificuldades maiores que aquelas com as quais já lutas para vencer no dia-a-dia.
Coloca-te, meu irmão, frente a frente com as tuas qualidades. Imagina se fosses tu que estivesses escutando o que falas aos outros e procura sentir o que o teu ouvinte sente. Todas as tuas emoções devem ser disciplinadas no correr dos dias, no trabalho, em casa e nas ruas. A tua paz depende da paz do teu companheiro; o respeito dos outros para com a tua pessoa depende do teu respeito para com os teus irmãos em caminho.
As leis de Deus são retas e justas; ninguém engana a verdade. Deus está presente em toda parte, com a dignidade que nos faz compreender o Seu amor.
Ao criticares o teu companheiro, gastas energia e tempo, de modo que esqueces o que deves fazer com a tua conduta.
A autoanálise é serviço divino, que nos empresta valores e nos faz
descobrir o céu dentro de nós, enriquecendo o nosso coração, acendendo luzes em todos os nossos sentimentos. Toda alma que poda as suas investidas no mal, afiniza-se com o Bem e deixa brilhar a fraternidade em todo o seu andar.
Confirma o teu proceder em todos os momentos, porque muitos olhos estão te olhando. Analisa as tuas maneiras todos os dias, pois, muitos raciocínios estão computando os teus atos, sem que, às vezes, o percebas. Até as crianças sabem o que não deve ser feito, tanto mais o adulto.
Todas as leis de Deus estão guardadas na nossa consciência, a refletir permanentemente, e todos nós reconhecemos essa verdade. Compete a cada criatura fazer a sua parte na educação individual, e crescer com Jesus em busca de Deus.
COMO CONHECER A TI MESMO
O conhecimento é a base da própria vida. A sabedoria abre caminhos novos para que possamos sentir e mesmo desfrutar da felicidade. Não poderá existir civilização sem que a inteligência ocupe algum lugar na pauta dos confortos. Não pode existir progresso sem a intervenção da sabedoria.
Entretanto, ela se divide em duas forças altamente dignas, com duas dinâmicas opostas: o conhecimento exterior e o autoconhecimento. A sapiência externa nos faz investir à procura de valores até certo ponto perecíveis, mas
necessários ao nosso equilíbrio. Passamos por perigos inúmeros, sujeitos às investidas do orgulho em sintonia com o egoísmo e sob o domínio da vaidade.
Entrementes, se vencermos essas condições na altura em que elas se nos apresentam, sairemos livres, para novos conhecimentos que, podemos crer, serão a maior verdade, que é o conhecimento de nós mesmos, é o estudo do universo interno, aprofundando-nos dentro dele como se fora o nosso próprio mundo. Este conhecimento se chama Sabedoria-Amor.
Há quem diga que o amor não é sabedoria. Está completamente enganado.
Quem ama nas linhas ensinadas por Nosso Senhor Jesus Cristo é um verdadeiro sábio. Ao conhecermos as nossas deficiências, abrimos portas de luz nas esferas da consciência, de sorte a nos enriquecermos, em todos os rumos, dos valores eternos, de talentos que Deus depositou em nossos corações, para a garantia de nós mesmos.
As religiões de todo o mundo e a filosofia que medra em toda a Terra têm a missão sagrada de indicar às criaturas os arcanos da sabedoria interna, que é a verdadeira senda de iluminação dos espíritos. Aquele que já conhece a si mesmo dispensa certos acessórios que pesam muito sobre os ombros e que exigem tempo precioso na sua conservação. O sábio interno nasce de novo, é um novo homem que surge de dentro do homem velho.
Todo movimento que se preocupa com as coisas externas das criaturas pode fazer muito em favor das almas em sofrimento, não resta dúvida.
Entretanto, quando encontramos quem nos ajuda a trabalhar dentro de nós, a descobrir os nossos tesouros, esse é o caminho ensinado por Cristo, que nos liberta definitivamente. Quem conhece a si mesmo tem mais facilidade em conhecer as lições externas e as propriedades que lhe sustentam a vida.
A Doutrina dos Espíritos, na sua maravilhosa profundidade, desfralda a bandeira de luz no topo do mundo em que moramos, por misericórdia de Deus, com a inscrição já bem conhecida “DEUS, CRISTO E CARIDADE”. Deus está no centro de todos nós, esperando, como Pai, os nossos apelos nascidos da vontade. Cristo pega em nossas mãos para nos mostrar os caminhos abertos pela caridade. O Céu está mais próximo de nós do que pensamos: reside dentro de nós. Basta abrirmos os olhos e buscá-lo. E, para tanto, devemos, como médicos de nós mesmos, executar as cirurgias indispensáveis em todas as áreas das nossas condutas, dominar os nossos impulsos inferiores e discipliná-los, transformando-os em instrumentos de trabalho e de paz, para que surja o amor no centro dos sentimentos e, junto a ele, a tranquilidade imperturbável em todos os caminhos que deveremos trilhar. Quem conhece a si mesmo, já não tem tempo de criticar ninguém.
DETERMINAÇÃO
É de senso comum das criaturas iluminadas, que devemos ter dois
tipos de conduta, para que possamos estar bem com nós mesmos, copiando, às vezes, certas áreas da política mundana: a ditadura e a democracia.
A ditadura deve ser usada na determinação diante de nós mesmos. Dar ordens severas na correção das nossas atitudes, para que se corrija o que não deve ser feito, aprimorando o Bem em todas as latitudes em que o Amor e a Caridade sejam o ponto sagrado das atenções. Avançar no campo onde o desleixo invadiu a ordem e fez desaparecer a harmonia; revestir-se de coragem para estabelecer a brandura onde a exigência polui os sentimentos de fraternidade e nunca se esquecer de alimentar o respeito em todos os departamentos em que a educação deve instalar-se; definir, no campo imenso da mente, as linhas das atitudes, e não deixar que pensamentos sem disciplina invadam os corredores da fala; policiar permanentemente todos os gestos e manter guarda no que deve ser feito? Essa é a audácia de que deves ser dotado para com o teu mundo interno.
A democracia deve ser ampliada no que tange ao exterior, observando os direitos alheios e capacitando todos os entendimentos para que saibas até onde não deves interferir na vida dos outros, enriquecendo o respeito às criaturas, sabendo ouvir os irmãos em caminho, ajudando-os naquilo que estiver ao teu alcance. Democracia é fraternidade, é entender os direitos dos semelhantes; é, quando falamos, sentirmo-nos na qualidade de ouvintes, dando tempo para que o outro também fale, mostrando sua opinião e, certamente, suas experiências.
A escola externa difere da interna. São duas forças paralelas, mas com objetivos idênticos: a perfeição da criatura. A educação interna objetiva o intercâmbio nas esferas exteriores. O homem que já descobriu a si mesmo é valorizado em todas as dimensões da vida.
A primeira coisa que fazemos, quando desencarnamos, se a nossa
disposição for para o bem, é ver o que precisa ser mudado em nossa conduta.
Morrer é viajar e o que levamos é somente o que somos. Essa é a realidade. Se já sabemos desta verdade, por que não começarmos a nos educar, quando na carne? Ganhamos tempo, ganhamos espaço e ganhamos paz.
O “esquecermos a nós mesmos”, de que as escolas de iniciação nos
falam, é esquecer aquilo em que somos errados. Há muita gente que perde tempo e gasta até dinheiro na autovalorização, esquecendo-se de que nada se faz sem os outros. Quando estamos movidos pela vaidade, queremos nos apresentar sempre com aquilo que ainda não fizemos.
Se fizeste alguma coisa de bom, silencia, que o bem propaga o próprio bem sem a tua intervenção, pelas linhas naturais capazes de falar a verdade sem deturpar a harmonia da própria verdade.
Ganha o teu tempo servindo e não exigindo; amando e não pedindo
amor; trabalhando e não explorando o trabalho alheio; abençoando e não pedindo bênçãos, sem que haja o teu esforço na aquisição da tua paz. Determina as tuas diretrizes nas diretrizes do Cristo e conserta a ti próprio, sem exigir que os teus irmãos façam o mesmo. De todo o bem que fizeres, receberás a maior parte. Lembra-te disso, e nunca farás barulho com a melhora da tua conduta.
Cortando tuas arestas internas, o exterior mostrar-te-á novo dia.
RESPEITO AO PRÓXIMO
ResponderExcluirDeus não nos fez desligados da Humanidade. Somos elos da grande
corrente universal e as energias divinas que vão alcançar os outros devem
passar por nós, beneficiando-nos e ao nosso próximo. Carecemos dos outros,
qual eles de nós na imensa vinha do nosso Pai Celestial. Portanto, o nosso
segundo dever é amar o próximo, como nos aconselha o Mestre por intermédio
do Seu Evangelho de Luz. E amar é acatar os direitos daqueles que andam
conosco no mesmo caminho. Nada fazemos sem a participação dos nossos
irmãos. Cada um nos ajuda em algo de que carecemos. Somos devedores da
humanidade, como também emprestamos a ela o nosso concurso, e a
fraternidade é o caminho mais desejado na área do Bem, ao tratarmos com os
nossos companheiros.
As exigências devem ser feitas a nós para com nós mesmos; o apreço,
esse deve ser dirigido aos nossos semelhantes.
A imposição é o modo de nos educarmos; a consideração, o ambiente
que deve ser feito aos companheiros de labor.
O mando deve ser a disposição na disciplina dos nossos instintos. A
cortesia haverá de ser o meio de comunicar mais agradável com os nossos
irmãos.
A imposição é o caminho interno quando nos indica o bem, a
fraternidade nos faz atrair companheiros para o mesmo convívio.
A crítica encontra campo frutífero quando exercida no nosso mundo
interno.
E a ponderação cresce e faz crescer a nossa amizade em todos os
rumos. O mal merecedor de comentário é aquele que fazemos; em referência
aos outros, o resguardo nos traz confiança de que todos se esforçam para o
melhor.
Se tens alguma educação, aplica-a diante dos outros, e se isso te falta,
lembra-te de ti mesmo. O nosso mundo interno é uma lavoura grandiosa que
poderá dar muitos frutos e flores compatíveis com o nosso comportamento.
Trabalhemos nele.
Quando deixamos o nosso sítio íntimo para analisar e falar mal do que
não nos pertence, cresce em nós a erva daninha capaz de sufocar o trigo do
Bem, que já havíamos plantado. A energia que nos foi dada deve ser usada na
autoeducação, estabelecendo assim, no nosso reino, a verdadeira harmonia
espiritual, que se refletirá em todos os outros corpos. Mas, com respeito aos
outros, a maior cota que poderemos fornecer para os seus corações é o exemplo
dignificante, é a vivência no Amor nos caminhos da Caridade.
Se deres a devida importância ao teu próximo, nunca perderás.
Receberás, pelos meios que por vezes ignoras, a atenção que te agradará e te
fará feliz. respeita os direitos dos outros, que eles, certamente, e por lei,
respeitarão os teus; e ainda, a harmonia do Universo compartilhará contigo no
Bem que estimas fazer, por necessidade de amar, utilizando o comportamento
elevado para ajudar a construir o reino de Deus nos corações, como também o
Céu em qualquer lugar em que estiveres.
Confiemos nas forças superiores e também nas nossas, que elas
crescerão de acordo com as nossas disposições de melhorar, sem nunca nos
esquecermos da deferência para com aqueles que nos seguem, instruindo-nos e
aqueles que nos instruem, seguindo-nos.
O respeito é luz, porque ajuda a transformar as trevas em claridades
imortais.
TODOS TEMOS DIREITOS E DEVERES
ResponderExcluirDireitos todos temos, no pentagrama das nossas existências. Em
confronto com o que existe à nossa retaguarda, somos privilegiados pelas
conquistas que o tempo nos premiou na ascensão da vida. Porém, não podemos
nos esquecer dos deveres a cumprir diante dos outros, que viajam conosco no
mesmo comboio planetário. Compete a nós respeitar os que nos ajudam a viver,
para que o próprio respeito nos garanta a tranquilidade. Temos competência de
fazer o que desejarmos que seja feito. No entanto, podemos assumir com isso
dívidas para com os nossos irmãos, se os nossos feitos não compartilharem com
a harmonia da criação.
O nosso direito é ser honesto e o nosso dever é respeitar a vida que o
semelhante leva, de modo que o tempo seja gasto somente na educação que nos
compete adquirir.
O nosso direito é a honra onde quer que andemos e o nosso dever é o
encargo de trabalhar em silêncio nos moldes do exemplo, para ajudar quem
ainda não percebeu os valores das virtudes espirituais. O nosso direito é nos
interessar pelo autoaprimoramento e a nossa incumbência é trabalhar
constantemente pela paz de todas as criaturas de Deus.
A condição nossa, de Espírito que já despertou para a luz, é o
imperativo sagrado de ajudar a quem quer que seja, sem exigências descabidas,
que possam nos levar ao orgulho e à vaidade. Autoridade devemos ter, e é justo
que a exercitemos nos domínios das nossas emoções inferiores, porque, aí, a
nossa missão se engrandece diante de todas as criaturas que vivem conosco.
Alistemo-nos no exército da salvação de nós mesmos, e entremos na lição.
Vamos lutar! Essa é uma guerra e não podemos fugir dos objetivos a que nos
propusemos.
É uma conquista altamente valiosa, a conquista de nós mesmos.
Estamos enfermos e tão enfermos, que somente a cirurgia pode nos aliviar, a
cirurgia moral. O terapeuta, quando chega às portas da perfeição, trata somente
dele mesmo, porque só ele se conhece bem, e sabe, depois de Deus, os meios
corretos da cura completa. Só ele mesmo conhece os segredos da sua própria
natureza e aplica os medicamentos correspondentes às suas necessidades.
Meu irmão, já analisaste todos os dias, se respeitas os direitos alheios,
pelos pensamentos, palavras e ações? Se não, faze isso e começa a trabalhar
dentro de ti mesmo.
Planta e cuida da terra, que o crescimento pertence ao Senhor, que
nunca faltará com o Seu amor e a Sua bondade. A prerrogativa de todos os seres
é viver bem consigo mesmo.
Entretanto, temos grandes atribuições para com o próximo, que não
pode sofrer com custo para a nossa felicidade. Vigia a tua palavra, pois ela, sem
a devida harmonia, incomoda quem te ouve e desinquieta quem te acompanha.
Somos responsáveis pelo que somos e fazemos. Recebemos de volta o
que damos em todas as dimensões da vida. O comportamento da alma pode ser
luz ou treva nos teus próprios caminhos. Em tudo o que fizeres, lembra-te desta
palavra: Respeito? Que os teus direitos serão resguardados pela lei, que nada
esquece.
SALVAÇÃO
ResponderExcluirSalvação nos leva a lembrar bem-aventurança, estado reservado aos
Espíritos altamente iluminados, que já estão livres do carma, que já estão
limpos de todos os sentimentos inferiores que os prendem nos planos
grosseiros da carne.
Há muitos religiosos que condicionaram essa palavra Salvação como se
fosse um passe de mágica, como força preponderante para a felicidade pessoal.
Esquecem-se de que, para se salvarem, dependem de variadas atitudes e um
esticado aprimoramento espiritual, conferido pelo tempo, além de ingentes
esforços em todos os rumos da iluminação.
É de se notar que todo trabalho que fizermos para a nossa melhoria
moral é muito útil. No entanto, essa realização não se faz de um dia para outro;
demanda prolongados exercícios na área interna, e quase sempre não
acreditamos na sua eficácia. Iludimo-nos mais com o campo exterior, cheio de
ilusões e de nuances convidativas para a vaidade e o orgulho.
Ninguém se salva por ser tocado pelo arrependimento, pois ele é
apenas uma das portas que se abrem na limpeza gradativa das nossas sujeiras
morais. Enganar a nós mesmos é disfarçar exteriormente. Porém, por dentro,
continuamos o mesmo Espírito dotado das mesmas intenções que antes
alimentávamos. A iniciação por dentro é a mais difícil operação da criatura; a
externa sacode e torna visível todas as nossas inferioridades, qual o cair das
moedas dos ricos no gazofilácio.
(Gazofilácio: local, em um templo, em que eram recolhidos e conservados os vasos e as oferendas – N. D.)
Queremos mostrar, a todo o custo, a todas as pessoas, quando
iniciamos, por fora. E quando começamos a cirurgia moral em nós mesmos,
fazemo-lo em silêncio, acumulando forças para o grande trabalho de
fecundação. A salvação, no termo em que devemos compreendê-la, é a
conquista da alma, e não doação de onde quer que venha. É bênção de Deus nas
linhas do tempo, é maturidade do Espírito.
Também nós, que te falamos através do contributo mediúnico de um
sensitivo, temos inúmeras arestas a serem aparadas. Sentindo isso em nosso
coração, queremos ser um cirurgião de nós mesmos e realizar muitas
operações morais em nossa própria conduta.
Precisamos uns dos outros, encarnados e desencarnados, porque
somos todos irmãos e filhos de Deus. É bom que não penses que o desencarne é
sinônimo de salvação.
A alma é na erraticidade o que foi na Terra, e vice-versa. Os santos e
sábios, quando se apresentam como tais, trabalharam milhares de anos a fio no
aprimoramento próprio.
A nossa intenção é, com toda a sinceridade d'alma, convidar os homens
para uma grande fusão de valores em torno de Nosso Senhor Jesus Cristo e
d'Ele beber a água pura do Amor e passar a compreender como é bom aprender
a amar, porque fora do Amor não há salvação para a Humanidade.
E esse Amor tem um preço: o preço da autoeducação, que devemos
iniciar.
Vamos começar hoje? Agora?